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O
município de Jaboticabal, em 1889 contava 61 anos de existência
e entre seus habitantes surgiu um grupo de homens dispostos a elevar templos
à virtude e cavar masmorras ao vício. Nessa época o País vivia sob os influxos de uma grande conquista: a abolição da escravatura. A grande nódoa que maculava a imagem do Brasil perante nações civilizadas do mundo, havia sido extinta há pouco mais de um ano. |
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Esse
episódio de alta significância para o Brasil teve uma participação decisiva
da Maçonaria, pois valorosos maçons se empenharam a fundo, objetivando
restabelecer a Igualdade entre os homens, demonstrando que a liberdade
é o primeiro dos direitos do ser humano, tendo como consequencia a Fraternidade
entre os homens sem distinção de raça, credo ou cor. Liberdade, Igualdade, Fraternidade foram as palavras de ordem que levaram os maçons brasileiros a se empenharem denodadamente à causa da libertação dos escravos. A 13 de maio de 1888 se deu o coroamento de um processo libertário, que teve início com a proibição do tráfico de negros; posteriormente garantiu a liberdade aos nascidos de ventre escravo; chegou depois aos sexagenários, concedendo-lhes a liberdade e, finalmente, garantiu a todos os seres humanos da raça negra o direito de serem livres igualando-se aos seus semelhantes. Sem dúvida alguma, a Maçonaria teve participação transcedental nesse magno episódio da nacionalidade. Por outro lado, de há muito os ideais repúblicanos encontravam guarida nos Templos Maçônicos.O brado republicano, manifestado em 1873 na cidade de Itu, através da convenção republicana, também se fez ouvir em Jaboticabal, uma vez que a 15 de março de 1881 era fundado o Partido Republicano. A mobilização desenvolvida pela Maçonaria, com vistas a concretização destes dois movimentos políticos e sociais que foram a Abolição e a República, ensejou as condições propícias ao estabelecimento da Loja na então Vila de Jaboticabal. |
Tenente-Coronel Raphael Picerni |
Foi nesse ambiente, poder-se-ia dizer, maçônico que: Raphael Picerni 30 , Antônio Jacinto de Medeiros 17, Manoel da Silva Girio 03, João Evangelista Homem  03, José Pinto Machado  03, José Rodrigues de Carvalho  03, Jeronymo Antônio da Rocha Neves  03, José Manoel Vaz de Sampaio  03, Manoel Antônio da Maia  03, Vicenti Aiello  03, Miguel Angelo Florenciano  03, Francisco Gonçalves de Mello  18, Bernardino José de Sampaio  03, Fernando Palhuso  03, Antônio Caetano de Sampaio  03, Nicolau Flores  18, Sebastião Domingues da Silva  03, Dr. Juvenal de Carvalho  03, João Guilherme da Silva Braga  03, Antônio José Ribeiro Braga  03, liderados pelo Tenente-Coronel Raphael Picerni, ergueram as colunas da Loja Maçônica “Fé e Perseverança”, no dia 20 de julho de 1889. O título distintivo adotado, por si só denotava a Fé nos destinos da Pátria e Perseverança no acatamento aos postulados Maçonicos. |
O primeiro livro de Atas da Loja nos dá conta de que a reunião de fundação ocorreu na residência do Irmão Sebastião Domingues da Silva, em lugar vedado aos profanos, quando se procedeu a eleição, por escrutínio secreto, da 1ª Diretoria da “Fé e Perseverança”, Tendo sido eleitos: | |
Venerável: Raphael Picerni 1º Vigilante: João Evangelista Homem 2º Vigilante: Sebastião Domingues da Silva Secretário: Manoel da Silva Gírio Orador: José Pinto Machado Tesoureiro: José Manoel Vaz de Sampaio Por aclamação, foram eleitos para os cargos de : Mestre de Cerimônias: José Rodrigues de Carvalho Arquivista: Miguel Ângelo Florenciano 1º Experto: Manoel Antônio de Maia 2º Experto: Nicolau Flores 3º Experto: Francisco Gonçalves de Mello Hospitaleiro: Cláudio Vaz de Arruda Arquiteto: Joaquim Augusto da Rocha Neves Mestre de Banquete: Antônio Jacintho de Medeiros |
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Concluída a votação, o Venerável, em breves
e eloquentes palavras, manifestou seu pensamento acerca da importância
do ato que acabava de realizar, sendo efusivamente aplaudido. |